quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

ABRAÃO - INFÂNCIA E JUVENTUDE 1

De tanto visitar Sites e Blogs de NOVA CRUZ, fiz uma viagem ao passado no início dos anos 60. Coisas que não acontecem mais nas escolas onde o dinheiro resolve tudo. Lembro que eu estudava o primário (4º ou 5º ano, talvez) no Ginácio Nossa Senhora do Carmo e tinha como colegas de classe, pessoas consideradas RICAS e outros do meu nível. Na minha bolsa de couro, minha mãe colocava 4 ou 5 bolachas daquelas chamadas REGALIA, e que eram duras e capazes de abrir 5 pontos na cabeça de alguém. Isso era o meu lanche, sem direito a suco. Eu completava com água. Numa das aulas, ao tirar um caderno da bolsa, algumas bolachas caíram no chão e isso virou uma gargalhada sem fim por parte dos RIQUINHOS. Luiz Augusto de Morais, o Moraisinho foi o primeiro a dar um chute numa das bolachas em diração ao quadro negro. Eu fiquei de cabeça baixa morto de vergonha pelo papelão que passei, principalmente pelo meu lanche ridículo que havia ido embora. No recreiro eu tomei apenas água.
Ao fim da aula, eu fui seguido até chegar na minha rua, por LUIZ AUGUSTO DE MORIAS (Moraisinho), DOMÍCIO ARRUDA CÂMARA (Nonô) e por MOISÉS, irmão de Marízio. Esses idiotas me humilharam o quanto puderam com piadas, empurrões e tapas, sem que eu pudesse me defender. Isso durou alguns dias.
Terminei por contar a meu pai EDGARD RIBEIRO VIANA, que resolveu ir ao GNSC pedir explicações sobre o ocorrido. No GNSC havia uma professora e Vice-Diretora que mandava mais do que a Madre Superiora. Era a Irmã Miriam, rígida, justiceira e de poucas palavras. No dia seguinte, antes do recreio, Irmã Miriam entrou na minha sala e numa frase disse: "Moraisinho, Domício e Moisés, hoje ficarão sem recreiro e após a aula vocês três só sairão meia hora depois que Abraão sair."
Essa decisão permaneceu por vários dias com relação à saída. O recreiro foi liberado sob condição. Nenhum pai desses MILIONÁRIOS teve a ousadia de ir ao colégio contestar a decisão. Se fosse hoje, a força do dinheiro teria expulsado professor, diretor e a gota serena. Existia respeito na época pelas decisões da escola.

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